Inteligência emocional:
controle sua ira no trabalho, pois ela pode deixar intensos e talvez
irrevogáveis sinais profissionais
Que as
emoções tem memória nós já sabemos, mas será que realmente temos ciência do
quanto essa memória é intensa e o quanto uma memória emocional negativa pode
prejudicar nossa imagem profissional?
Às vezes nos pegamos em um momento de
estresse e ficamos suscetíveis a entrar em estado de ira, emitindo emoções de
irritabilidade, raiva, tensão, aborrecimentos, frustração, rancor, ódio, fúria.
(todos pertencentes a família da ira. Portanto, quando falarmos de ira,
referiremos a qualquer uma das emoções acima citadas)
O fato é que nestes
momentos, somos dominados por um sentimento egoísta a ponto de não nos
preocuparmos com o outro. De que forma o outro receberá o meu insulto? O que
isso pode ocasionar tanto na memória dele quanto na dessintonia de nosso
relacionamento?
Além disso, esse tipo
de emoção provoca em nós uma visão míope da marca que representamos (nosso
nome), pois em momentos como este perdemos o discernimento de analisar o quanto
que tal ação pode manchar nosso nome, nosso marca, nosso posicionamento. Não
temos a capacidade de antever o processo reflexivo que pode haver.
Um estado de ira, tem
implicações tanto psicológicas como falamos até o momento, quanto implicações
fisiológicas, já que nosso corpo emite descargas hormonais que são ativadas em
excesso em momentos como este. Esta descarga descontrolada proveniente da
emoção de qualquer família da ira, pode desencadear doenças como comprovam
alguns pesquisadores no assunto. Porém, o objetivo deste artigo é chamar a
atenção dos profissionais de qualquer atividade para a importância da
consciência de si mesmo e do auto-controle de suas emoções.
Como já falamos ao
entrarmos em estado de ira, podemos causar marcas na memória emocional do
outro. E estas por sua vez, podem ser intensas e até irrevogáveis e ainda podem
prejudicar nossa marca profissional.
Portanto, ao se
deparar em um estado de ira, conscientize-se dos respingos que essa atitude
pode causar.
Sabemos que é
difícil, mas o primeiro passo é a consciência. Então, como já mencionei no
artigo que escrevi de título "Dicas Simples de como lidar com o conflito
intrapessoal e desenvolver a inteligência emocional", simplifico aqui,
algumas dicas de como controlar a sua própria ira.
1 - Observe-se:
Detecte o como, o quê
ou quando seu estado de ira é ativado.
Como falei, a
consciência do estado de ira é o primeiro passo para controlar suas próprias
emoções, adquirir inteligência emocional. Para isso, é importante saber como a
ira é estimulada e expressada. É claro que cada um de nós possui uma forma
particular de se estimular e externalizar a ira. E a respeito deste último,
trago um conteúdo de meu mestrado que achei bastante rico e agregador aos meus
leitores, onde mostra, com base nos estudos de um dos grandes pesquisadores no
assunto, Contreras Flores, Victoria (2005), que as emoções possuem um padrão de
expressividade.
Saibam que a ira é
expressa na face normalmente com os dentes trincados, sobrancelhas
descendentes, nariz com as abas elevadas, lábios abertos e esticados com
movimentos laterais. Quanto ao corpo, ela é expressada normalmente por punho
enrijecidos e fechados, algumas pessoas ficam avermelhadas do rosto ao pescoço,
pode haver movimento excessivo das mãos.
Quanto mais
observador de si mesmo você for, mas chances terá de controlar a si mesmo.
2 - Registre sua
conduta diante da ira:
Não podemos confiar
em nossa memória. Registrar nossa conduta é o próximo passo para emitirmos uma
auto-crítica, aumentarmos o estado de consciência e conhecermos melhor a si
mesmo.
Tudo isso, irá
contribuir para subsidiar novas estratégias de conduta diante de um estado de
ira.
Pense de forma
racional e não emocional. Eu sei que você deve estar se perguntando -
"Como vou ter a capacidade e a frieza de escrever a conduta que tenho
diante de um estado de ira se se trata de um momento de muito fervor
emocional?" - E eu lhes digo: "Como você será capaz de mudar se não
mergulhar dentro de si mesmo?", "Como será capaz de traçar
estratégias de mudança se em um momento de calor emocional no estado de ira,
você pode deixar passar alguma informação importante e que talvez não lembre
com o passar do tempo?". Portanto, registre sua conduta quando estiver
esfriado a cabeça após o seu estado de ira.
É importante avaliar
com que frequência você emite estado de ira?, qual é o grau de intensidade de
sua conduta?, quanto tempo leva para voltar ao normal, se o estado de ira o
direciona para um estado agressivo?, quanto que sua conduta compromete a
relação em seu ambiente de trabalho e pode representar uma barreira para galgar
outros vôos profissionais?
3 - Saiba usar o
"time
out":
Agora que você já é
consciente de si mesmo, mas ainda não sabe como controlar sua ira, a técnica do
"time out" é infalível, pois contribui
para o momento de reflexão, conduzindo-o ao controle.
Imagine que você já
fez o passo 1 e 2, mas esta entrando em um estado de ira com uma colega de
trabalho que discorda sobre algum projeto que está desenvolvendo. Diga a si
mesmo: "Estou em estado de ira e quero um tempo para refletir".
Depois vá para ação e peça um tempo a sua colega. Diga que não está em um bom
momento para discutir o projeto. Dê uma desculpa qualquer e saia de cena!
Depois com a cabeça
fria, retorne e fale sobre o que lhe desagradou e volte a falar sobre o
projeto.
A técnica "time out" ajuda na reconstrução da
confiança no relacionamento, mas deve vir agregada de dialogo construtivo e
oportuno.
Agora, para fechar
esse artigo e influí-lo na importância do controle de sua própria ira, quero
que desperdice um pouco de seu tempo para refletir sobre a Metáfora do Prego:
"Havia, uma vez,
um menino que sempre estava mal-humorado e de mau gênio. Quando se zangava,
deixava-se levar pela ira e dizia e fazia coisas que feriam as pessoas mais
próximas. Um dia, seu pai dei-lhe uma bolsa cheia de pregos e disse que, cada
vez que tivesse um ataque de ira, cravasse na porta de seu quarto um prego. No
primeiro dia, cravou trinta e sete. No transcurso das semanas seguintes, o
número de pregos foi diminuindo. Pouco a pouco, foi descobrindo que era mais
fácil controlar a ira que enfiar pregos naquela porta de madeira maciça.
Finalmente, chegou um dia em que o menino não teve que cravar nenhum prego.
Disse isso a seu pai e este sugeriu que, a cada dia em que não se irritasse, poderia
desencravar um prego da porta.
Passou o tempo e, um
dia, o menino disse a seu pai que tinha arrancado todos os pregos. Então o pai
agarrou a mão do menino, levou-o até a porta do quarto e disse: Filho, você tem
feito muito bem, mas olhe os buracos que ficaram na porta. Quando uma pessoa
deixa-se levar pela ira, suas palavras deixam cicatrizes como essas. Uma ferida
verbal pode fazer tando dano quanto uma ferida física. A ira deixa sinais. Não
esqueça nunca." (Soler e Conangla, Livro Ecologia Emocional e a arte de
transformar positivamente as emoções:2004)
Reflita sobre isso e
boa sorte!
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